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Mestre Tabosa, discípulo do Mestre Arraia, deu continuidade à Capoeira de Brasília desde 1964. Ganhador do "Berimbau de Ouro" junto com o Grupo Senzala em 67, 68 e 69. Em 1974 inaugurou a Primeira Academia de Capoeira e Ginástica oficial de Brasília, a Academia Tabosa. Interessou-se também por outros esportes como Judô (Faixa Preta), Sumô, Esgrima, Professor Renomado de Ginástica Localizada Brasileira e Competições de Maratonas, Triatlons e Canoagens. Na área das Artes participou de Teatro, Cinema e Pioneiro nos Palcos de Músicas de Brasília participando de vários Shows e Concursos de Música Popular Brasileira como Intérprete e Compositor, um polímata. Seu Blog vai disponibilizar todas as facetas deste Grande Homem Sempre à Frente do seu Tempo. Dedicado principalmente à Capoeira, nossa Arte Luta, genuinamente Brasileira. Uma Lenda Viva!

quinta-feira, 29 de setembro de 2022

A “PALMA DE BIMBA” É DE TERREIRO!

 


Amigos, irmãos camaradas da nossa Capoeira, venho nesse momento oportuno trazer a baila um assunto que me faz procurar a verdade dentro desta realidade que exercitamos nas rodas de Capoeira.

Todo o tempo que vivenciei a Capoeira tanto ministrando aula, como nas rodas que participava, o ritmo usado nunca era questionado; hoje depois de tantos anos vejo, com todo respeito, a inclusão de um ritmo de “palmas”, mas querendo afirmar que as “palmas” rítmicas na Capoeira Regional, tem uma batida seca e métrica com: 1,2,3, como sendo a usada na academia do mestre Bimba.


O que me causa espanto é que se você fizer hoje uma pesquisa nesse assunto, vai se deparar com uma afirmação simplória dizendo: “como diz a música, a palma de Bimba é, 1,2,3!”.

Uma pesquisa não pode afirmar sem ter tido algum estudo do assunto.

A música que a pesquisa em questão, foi feita nos tempos atuais, por um mestre que tem meu respeito e para tanto vou preservar seu nome, mas vejo muitos repetirem até talvez tornar verdade, sem fazer qualquer análise dos fatos.

Devo dizer que sempre achei a palma dita de Terreiro, como normal dentro da Capoeira e coerente com a ancestralidade e é essa coerência que vou me basear, mostrando minha maneira de ver tudo isso onde digo: “a palma de Bimba” não é 1,2,3!

Pois vejamos: Mestre Bimba como todos sabem da história, criou a Capoeira Regional advindo da Capoeira existente na época, que depois da sua criação definiu-se como Capoeira Angola.

A Capoeira Angola pela sua tradição a “palma” é a de Terreiro, influência essa que mestre Bimba teve.

Como sabemos também, mestre Bimba tinha um terreiro de Candomblé, onde é usual a “palma de Terreiro”.

Quando mestre Bimba queria na sua "roda" mais festiva, fazia uso das "mães de santo e filhas de santo do seu terreiro, que também seria natural o uso da "palma de Terreiro".
Na academia do mestre Bimba, só ele tocava o berimbau deixando para seus alunos a preocupação mais em "jogar" a Capoeira.

O autor da música em questão afirmou que a "palma de Bimba é 1,2,3, porque o Mestre queria imitar a batida do pandeiro, mas a batida do pandeiro na Capoeira é em 4 tempos ou 4 batidas.

Confesso que nunca me senti confortável nessa batida métrica de 1,2,3 e tenho observado nos dias de hoje, nas “rodas” que tocam São Bento Grande da Regional acompanhada da “palma de Terreiro”, o axé é alto e o jogo fica mais cadenciado.

Salve! Tabosa
28/09/2022



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