As Cordas Contam História
O sistema de cordas como graduação é um código recente na história da capoeira, que foi introduzida à cultura na década de 60 pelos cofundadores do Grupo Senzala, como salienta Mestre Itamar.
Antes disso, não se usavam cordas com intuito gradual, como aponta Mestre Nenel, "meu pai (Mestre Bimba, 1900 - 1974) nunca se incomodou se os alunos usavam cordões, faixas de karatê ou judô, cinturão ou qualquer acessório para amarrar as calças. Inclusive existem registros em imagem dos alunos de meu pai usando cordas brancas num evento", ou seja, não havia qualquer propósito em expor uma graduação ou uniforme. Ele ainda diz que na Capoeira Regional (códigos culturais de Bimba) o que havia era uma formatura na qual a/o formad@ recebia um lenço azul como forma de honraria, agraciamento, entretanto reforça que isso não é uma graduação, pois este conceito remete dividir em graus e a uma certa posição social.
Em 1974, Mestre Tabosa, na época professor de capoeira e praticante de judô, pressionado por seus alunos que queriam graduações na capoeira como nas artes-marciais orientais, se inspirou no modelo do Grupo Senzala do qual tinha muitos amigos, porém não via sentido nas cores empregadas, até que, como ele diz, "seja por força do acaso ou de Deus, me deparei com a guia dos 7 orixás de umbanda", e, para homenagear a fé dos africanos escravizados que foram de grande importância na criação da capoeira atribuiu as cores dos orixás a sua graduação de cordas.
Hoje, a graduação do Mestre Tabosa é uma das mais antigas e utilizadas no Brasil, inclusive é a graduação na qual se inspira o Grupo Força Capoeira do Mestre Kinkas e Mestra Áurea.
Sistema de Graduação da Academia Tabosa:
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