(Homenagem na sequência da foto: Yemanjá, Xangô, Oxóssi,
Oxóssi e Oxalá, Yansan e Ogun)
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Meu contato com a Senzala vem desde 1967, como já foi narrado. Todo final de ano, passava minhas férias no Rio de Janeiro, onde aparecia nos treinos da Senzala e também frequentava várias academias de ginástica, sendo uma das grandes experiências profissionais que tive como professor de ginástica, criando aulas com características diferentes das outras, onde usei movimentos da capoeira, chamando-a de Ginastica Localizada Brasileira.
Mestre Leopoldina no berimbau e chapéu, Mestre Luís Paulo - ES
(no berimbau da direita), Mestre Tabosa e Mestre Toni Vargas jogando
Mestre Luís Paulo - ES (no berimbau da direita), Mestre Toni Vargas (à direita) e
Mestre Tabosa (na queda de rins - à esquerda)
Mestre Peixinho (atabaque), Mestre Toni Vargas e Mestre Tabosa (no balão) e
Mestre Leopoldina (com chapéu, no berimbau)
Tentei trazer para Brasília a graduação que a Senzala acabava de oficializar na sua academia, mas ao conversar com o Peixinho, meu camarada, não recebi uma explicação que pudesse satisfazer o interesse dos alunos de Brasília.Como já tinha me comprometido com os alunos que teríamos uma graduação, fiquei sem chão. Já na véspera de voltar, pensei, como vou fazer para honrar minha palavra com os alunos. Percebi neste momento que estava em frente de uma casa que vendia artigos de Umbanda e vi que tinha um brilho interessante num colar pendurado de cor marrom, outro de cor verde e assim vários, que me chamou a entrar na loja.Perguntei o que representava aqueles colares e a senhora da loja me respondeu que eram as guias dos Orixás. Perguntei o que representava aquelas cores e ela me respondeu que eram as cores na Umbanda, que sintetiza a religião africana no Brasil, de cada Orixá.A graduação que fiz baseado nos Sete Orixás da Umbanda, como disse, era uma homenagem a força daqueles que escravizados tiveram para poder ainda lutar pela sua liberdade, que era sua Fé, tão somente.
Em 1967 a 1969, quando ganhamos o Berimbau de Ouro, nos apresentamos sem camisa e usávamos uma calça que ia na altura da canela, listrada com cores fortes e uma corda vermelha chamada "rabo de rato" amarrada na cintura, para reforçar o loock. Enquanto os outros grupos se mantinham numa tradição de indumentária, que até mesmo não tínhamos consciência de que se tratava de alguma tradição, fizemos uma apresentação que causou um certo impacto.
A partir do evento “Berimbau de Ouro” todos os participantes passaram a usar a corda vermelha de Professor, pois já dávamos aulas de capoeira. Posteriormente a Comunidade da Capoeira passou a nos chamar de Mestres.
Lembro que o Cláudio, querendo que um aluno dele participasse do Berimbau de Ouro, pediu que eu criasse um jogo diferente para fazermos na exibição. Foi quando eu fiz uma coreografia, onde eu era atacado por ele, que usava um pau de berimbau. Esse outro era o nosso querido mestre Peixinho, Marcelo naquela época. Apresentamos essa coreografia nos três Berimbau de Ouro.
Detalhes sobre o cordão de São Francisco e a corda de algodão
Mestre Tabosa e alunos fizeram Apresentações de Capoeira no Ginásio Nilson Nelson em 1976 e contaram com a participação de Ogans (tocadores de atabaque do candomblé):
Lima da Nação Kêto e Ari da Nação Omolokô além de outras atrações culturais.
Detalhe: Mestre Tabosa com a corda vermelha "rabo de rato" usada em
1976, 1968, 1969 quando ganhou junto com o Grupo Senzala o Berimbau de Ouro
Detalhe: Alunos da Academia Tabosa usando o cordão de São Francisco (calibre 6mm)
Tibério (cordão marrom) e outro aluno (cordão entrelaçado com branco)
Mestre Tabosa e seus alunos no Ginásio Nilson Nelson e
atrás a mãe da Edna vestida de baiana
Atrás Da. Lourdes Basílio (mãe da Edna)
vestida de baiana dançando junto com as mães de Santo.
Mestre Tabosa: Fala meu irmão Itamar, bom dia!
Deixa eu puxar da sua memória já que ela é boa! rs rs. No Berimbau de Ouro, quem pensou em a gente usar a corda Vermelha e de que material era feito?
Não era do mesmo que depois foi usado como a graduação, né!?Vocês, no caso, você e Peixinho devem ter descoberto onde comprar o rolo de corda no subúrbio, né!? Abraços meu camarada!
Mestre Itamar: Oi Hélio, tudo bem? O primeiro berimbau de ouro foi em setembro de 1967 e já usávamos cordas vermelhas desde 65, não como graduação. Rafael se inspirou no grupo de baianos que veio ao Rio para uma exibição, acho que VEM CAMARÁ e eles usavam calças listradas com uma faixa vermelha, aí Rafael que já pensava em criar um sistema de graduação para o Grupo Senzala, achou por bem usar em vez de faixa, cordas, para ficar diferente das artes marciais orientais. Por esse motivo que a graduação veio de cima pra baixo porque, quando decidimos realmente criar as graduações, a vermelha era de quem dava aulas. Decidimos também não usar o título Mestre já que Rafael achava que se fossemos mestres, Bimba seria super mestre rsssss. Até hoje não formamos Mestres, achamos que a comunidade é que reconhecerá ou não o formado como Mestre. Na época usávamos uma corda chamada " rabo de rato", um tipo de corda dura até que descobrimos em uma loja aqui em Copacabana, um tipo de corda trançada, bem mais macia e é a que usamos até hoje. Resumindo: Em 1967, ano do primeiro berimbau de ouro, já usávamos cordas vermelhas. O material era o rabo de rato, um tipo de cordão grosso usado em artesanatos, cortinas e etc. O que aconteceu é que quando descobrimos um material melhor, passamos a usar. Espero ter ajudado. Abraço
Obs: De acordo com a pesquisa o Show Folclórico "Vem Camará" era do Mestre Acordeon e foi realizado em 1966.
Os cordões de São Francisco eram comprados na loja de Umbanda da 207 Sul e era difícil encontrar a cor ROSA, que estava na guia que eu comprei na Barata Ribeiro no Rio de Janeiro. Na Umbanda a cor ROSA é dos Ibejis, a representação do Orixá das crianças. Pesquisando no Livro "O Exército Branco de Oxalá" de Mário Barcelos - Editora Eco - Rio de Janeiro - 1970, adquirido junto com a guia, então verifiquei que a cor ROXA representa Oxum, Orixá que tem a força semelhante aos demais, então fiz a troca em muito pouco tempo depois de criada a minha Graduação baseada nos 7 Orixás da Umbanda.
Capa do Livro: "O Exército Branco de Oxalá" de Mário Barcelos
Editora Eco - Rio de Janeiro - 1970
A partir do II Curso de Capoeira na Academia Tabosa dado pelo Peixinho em 1980, passei a comprar diretamente com ele um rolo da corda que trazia do Rio e em Brasília cortávamos, fazíamos as franjas e pintávamos, mergulhando em baldes de metal e por fim o nó de rosa. Conforme a necessidade repetíamos este processo manual por horas até contemplar todos os alunos que seriam graduados, seguindo a cor da graduação de acordo com os estágios.
Azul e Branco homenageando a Orixá Yemanjá e Oxalá
fotografou para o Blog do Mestre Tabosa
(Homenagem à Yemanjá e Oxalá)
Sexta corda da graduação do Mestre Tabosa - 1976
(Homenagem à Oxóssi e Oxalá)
Sétima corda da graduação do Mestre Tabosa - 1976
(Homenagem à Yansan)
para a corda de algodão
Mestre Tabosa entregando o cordão de São Francisco para seus alunos e usando a
batas de sua criação para o uniforme da Academia Tabosa
(Material de brim, manga 3/4, gola em “V” com logomarca na calça e na blusa)
(Ambos usando a corda vermelha de algodão)
Mestre Gil com a primeira corda vermelha da Academia Tabosa e de Brasília
no pescoço no encontro para o Livro "O Filho de Xangô" de Mestre Tabosa
Reencontro para fotos e depoimentos para o Livro
"O Filho de Xangô" de Mestre Tabosa - 27/07/2009
(Em frente ao Panteão da Pátria na Praça do Três Poderes - Brasília)
Primeiro corda vermelha da Academia Tabosa e de Brasília em 1974
guardada até hoje com muito orgulho pelo Mestre Gil
Detalhe: A diferença na espessura da corda do Mestre Gil (calibre 3mm - 1974) e
a do Mestre Jomar (calibre 10mm - 2009 - Grupo do Mestre Adilson)
do mesmo material, porém de épocas distintas,
exemplificando a transição do material)
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