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Mestre Tabosa, discípulo do Mestre Arraia, deu continuidade à Capoeira de Brasília desde 1964. Ganhador do "Berimbau de Ouro" junto com o Grupo Senzala em 67, 68 e 69. Em 1974 inaugurou a Primeira Academia de Capoeira e Ginástica oficial de Brasília, a Academia Tabosa. Interessou-se também por outros esportes como Judô (Faixa Preta), Sumô, Esgrima, Professor Renomado de Ginástica Localizada Brasileira e Competições de Maratonas, Triatlons e Canoagens. Na área das Artes participou de Teatro, Cinema e Pioneiro nos Palcos de Músicas de Brasília participando de vários Shows e Concursos de Música Popular Brasileira como Intérprete e Compositor, um polímata. Seu Blog vai disponibilizar todas as facetas deste Grande Homem Sempre à Frente do seu Tempo. Dedicado principalmente à Capoeira, nossa Arte Luta, genuinamente Brasileira. Uma Lenda Viva!

quinta-feira, 18 de abril de 2024

Inovação da Bateria da Capoeira Regional criada pelo Mestre Tabosa

Mestre Tabosa criou uma nova bateria para a Capoeira Regional e apresentou no evento em sua homenagem referente aos 50 anos da Academia Tabosa e 60 anos de dedicação à Capoeira Regional, realizado no dia 13/04/2024.
A inovação utiliza três berimbau simultaneamente, sem sair da tradição que temos na Capoeira Regional. Na criação do Mestre Tabosa, o primeiro berimbau toca "São Bento Grande", o segundo berimbau toca "Cavalaria" se harmonizando entre si e o terceiro berimbau, a viola, tem o trabalho de quebrar o ritmo e os pandeiros mantendo o ritmo da Capoeira Regional.

Clique na imagem para assistir o vídeo

 
Mestre Monera, Mestre Tabosa, Mestre Pesado e Mestre Magão



Formação da bateria com três berimbaus e dois pandeiros

A Capoeira Regional, uma arte/luta, resistência, eficiência e beleza, tem que ser vista com olhar promissor visando a sua perpetuação, mantendo-a sempre ativa e altiva!
 
Mestre Bimba, seu criador, dentre tudo que fez, pensou-a de forma completa, inclusive criando vários toques, com variações peculiares, onde se pode ver a beleza em cada toque do berimbau.
 
De todos, o que mais se destaca é o São Bento Grande, cuja função é determinada pelo andamento rítmico característico do jogo da Capoeira Regional.
 
Ao passar dos tempos, pós morte de mestre Bimba, eu ouso dizer que "os praticantes antigos da Regional que não acompanham", nem todos claro, e têm pretensa filosofia de que tudo é tradição na Capoeira Regional, a engessam para o futuro e estão deixando de dar a devida manutenção para com o quê o Mestre fez, de repente pode cair no esquecimento.
 
Essa é a minha preocupação: não tenho pretensão de criar, mas tento inovar, unindo os toques para que juntos tragam força e não sejam esquecidos!
 
Como disse, São Bento Grande, tem sua função ainda bastante exercitada nos dias de hoje, mas quando vamos por exemplo para o toque de Iúna, que eu ainda uso inclusive com seus balões, são poucos da Regional que usam, e até criticam, tirando até seus balões.
 
Banguela, hoje muito confundida com "Benguela", cuja função é totalmente diferente da Regional, não vejo nenhum movimento para fortalecê-la!
 
Idalina, Amazonas, Santa Maria, todos toques lindos, mas não vejo quase serem tocados pelos praticantes da Regional, dando ênfase ao seu ritual!
 
De todos para mim, o que mais tem identidade com o toque de São Bento Grande é o toque da Cavalaria!
 
Mas podem até dizer que, "não é toque pra jogo"!
 
Sabemos que o toque Cavalaria, quando criada tinha a função de "aviso", que a polícia, na época montada, o toque avisava a chegada da polícia, numa época que a Capoeira era proibida.
 
Mas quando mestre Bimba coloca a Capoeira numa sala e tem autorização para ministrá-la, essa função não seria mais necessário e ele adapta ainda como "aviso", mas para algo diferente, ou que ele não tivesse de acordo com algo ou alguém. No caso, no jogo São Bento Grande ele mudava para Cavalaria e todos deveriam entender que algo estranho acontecia e os dois que estavam jogando também tinham que ficar alertas, porém não paravam de jogar, mesmo quando o toque mudou para a Cavalaria!
 
Então, jogava-se também no toque da Cavalaria, o jogo não era interrompido, portanto o toque tinha uma função, função está que não vejo também acontecer nos dias de hoje na Regional.
 
O toque Cavalaria, tem um andamento rítmico muito sincronizado com o toque de São Bento Grande e percebo que tem uma forma de tocar mais marcado e quando faço essa junção, a Cavalaria dá ao ritmo do São Bento Grande mais altivez, fortalecendo a roda da Regional!
 
Pior é ver o que tem acontecido, três berimbaus tocando o mesmo toque da Regional tornando confuso e inaudível.
 
Portanto quando faço essa inovação que é fazer algo diferente baseado no antigo, estou querendo reforçar e dar função para que possamos manter sim, a Capoeira Regional com o berimbau Gunga tocando o São Bento Grande, o Médio tocando a Cavalaria e a Viola replicando dentro do ritmo.
 
FUNÇÃO, é a máxima desta ideia e a preocupação de mantermos a Capoeira Regional sempre Viva!
 
Claro, acompanhado de dois pandeiros!
 
Quem gostou da ideia, experimente!
 
Tabosa-DF




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