Ano
das revelações, quando a congruência dos astros se equilibram e emanam aos
homens, esta energia, que também se equilibram, procurando neste contexto quem
sabe, a união!
A
vida nos ensina que, quando existe amor no que fazemos, não existe perda, porque
o amor soma e transforma!
Por
esta razão, me transporto agora ao ano de 1974, ano em que abri a Academia Tabosa,
e me deparei com o desafio de criar uma sistematização de graduação, cujo
anseio dos alunos me exigia que assim o fizesse, uma vez que naquela época,
quase nada existia neste sentido.
Era
necessário termos uma forma disciplinar e educacional, pela qual podíamos acompanhar
a evolução técnica do aluno, compensando-o com um reconhecimento deste esforço,
através da ascensão que o sistema de graduação contemplava.
Para
quem não dá aula, isso fica de difícil compreensão, mas, para quem milita nesta
área do esporte de luta, principalmente, nos ajuda em muito atuar no lado
psicológico dos nossos alunos, satisfazendo seus egos!
Passadas
quatro décadas do sistema de graduação que criei, apesar do tempo não existir,
quando ele na verdade é um estado da consciência muitas vezes marcado pelos
nossos feitos , deparo-me, pesquisando pela internet, com um artigo do “Jornal
de Brasília” datado de 15 de Abril de 1979, disponibilizado pelo site da Funarte-INF,
em que o Zulu dá um depoimento que vem ao encontro deste assunto, e que ele faz
um registro desta minha graduação, onde afirma que usa esse sistema com seus
alunos a partir de então!
Para
quem quiser ter acesso a esse registro, pode seguir os passos que eu fiz pela
internet: primeiro, digita o título - sistema de graduação Tabosa-Zulu. Uma tela
vai abrir e se não mudou, o quarto item
está escrito-CDU, clica-se neste
item e entra uma outra tela pedindo para digitar à esquerda no alto, no campo
indicado - sistema de graduação, pronto,
entra a tela com a reportagem em questão.
Vale
lembrar que quando fiz esta graduação, tinha em mente, entretanto sem nenhum
cunho religioso, homenagear aqueles que para mim, oprimidos pela escravidão,
pela solidão, pelo banzo da saudade de sua terra natal, África, tiveram a força
de criar uma luta de resistência, munidos por um dos três maiores pilares que
equilibra um ser humano em seu estado psicológico, que são: trabalho, família e
a crença, que é à força de uma religião.
Como
sabemos, trabalho, inexistia, pois eram mantidos escravos; família, dissipada
pela separação abrupta da escravidão; só restou mesmo, a crença para mantê-los
de pé! Crença essa que procurei me amparar, na tradição da África, baseando-me nos Orixás.
Como
seus rituais, tem muita correspondência do lugar do continente africano em que viviam,
achei prudente me basear nos Orixás que regem a Umbanda, que são sete, uma vez
que a umbanda sintetiza no Brasil, a religião africana! Assim eu fugiria da
polêmica que as nações do Candomblé têm. Devo aqui uma explicação de como tudo
aconteceu, que também por uma questão do acaso, tive a necessidade de fazer esta graduação, baseada nos Orixás!
Estava
no Rio de Janeiro, já voltando para Brasília, e não tinha conseguido junto a
Senzala, trazer o sistema de graduação que eles usavam!
A
Senzala, devo dizer, que era um grupo de capoeira que eu tinha muita afinidade,
pois participei dos três momentos do Berimbau de Ouro, junto com eles!
O
grupo Senzala tinha um sistema de graduação, cujo embasamento não tinha muita lógica,
onde o próprio Peixinho, não sabia dar uma boa explicação das razões das cores, nem da hierarquia da sua graduação!
Foi
então que em outro momento, pensando em como poderia criar um sistema de
graduação, percebi que estava em frente a uma casa que vendia artigos de
Umbanda, e que algumas contas guias, me chamaram a atenção! Aproveitei e
comprei uma guia que regia a Umbanda, com seus sete Orixás!
Para
manter aquela força do acaso, segui as cores da mesma forma em que estavam
alinhadas na guia, ou seja: azul, marrom, verde, amarelo, roxo, vermelho e branco.
Como
disse, para fugir da polêmica dos Orixás no estudo do Candomblé, fiz um estudo
baseado no livro de Umbanda “o livro do exército Branco de Oxalá” de Marcio
Barcelos, que assim determinava: Azul- Iemanjá, Marrom - Xangô, Verde - Oxóssi,
Amarelo - Iansã, Roxo - Oxum, Vermelho - Ogum e Branco - Oxalá.
2014,
um ano de revelação e também de harmonia devido a sua soma ser sete, número
cabalístico, que simboliza dentre outras coisas, Sorte!
Fico
com o coração aberto, no ensinamento vindo, de novo, da nossa irmã África, que ao
apagar das luzes do ano de 2013, Nelson Mandela nos deixou um legado: que
através do esporte se une uma Nação, mas através de um exemplo de humildade,
procurando sempre se harmonizar com os outros, se uni várias nações e crenças,
vide em sua partida para o outro plano, ou seja, “o andar de cima”, ele uniu o
Planeta, com a presença de diversos presidentes, de diversas Nações e crenças, que
vieram prestar suas últimas homenagens!
Devo dizer que bem no início do uso desta graduação em questão, Zulu, teve interesse em até me ajudar a desenvolver, tentando, além do embasamento dos Orixás, que eu já tinha criado, uma justificativa outra que viesse somar, quem sabe, visto por uma outra ótica, ajudaria o leigo, a ter uma melhor compreensão deste universo, da capoeira!
Também
aproveito para registrar, que tenho informação que muitos grupos usam esse
sistema de graduação que eu criei, não só no Brasil, mas também em outros
países! O que me deixa obrigado a
ratificar e explicar como foi todo esse
processo de criação.
Como
o “acaso“ com sua energia própria, cria o momento de um fato existir...
É
hora, é hora!
Iê!
É hora, é hora, camará!!!
Brasília,
DF 27 de dezembro de 2013
HÉLIO
TABOSA DE MORAES
Mais detalhes no link abaixo!
Jornal de Brasília, datado de 15 de Abril de 1979 - Site da Funarte - página 3
Digite no campo de pesquisa do site: Sistema de Graduação
Mais detalhes no link abaixo!
Jornal de Brasília, datado de 15 de Abril de 1979 - Site da Funarte - página 3
Digite no campo de pesquisa do site: Sistema de Graduação
http://www.docvirt.com/WI/hotpages/hotpage.aspx?bib=CDU&pagfis=2355&pesq=&esrc=s&url=http://docvirt.com/docreader.net
Clique na imagem para ler a reportagem realizada com o Mestre Zulu pelo Jornal de Brasília em 1979 sobre o Sistema de Graduação da Academia Tabosa.
Clique nos links abaixo para ler outras publicações escritas pelo Mestres Tabosa sobre o Sistema de Graduação, inserindo documentos na sequencia dos fatos e a Live sobre o assunto
A Quem Interessar Possa:
Sistema de Graduação criado por Mestre Tabosa para a Academia Tabosa:
História do Mestre Tabosa incluindo a do Sistema de Graduação:
Palestra ministrada pelo Mestre Tabosa para o Grupo União sobre o Sistema de Graduação da Academia Tabosa:
Live do Mestre Mula entrevistando Mestre Tabosa sobre a sua Graduação:
Salve Mestre,
ResponderExcluirMinha ligação com a capoeira é espiritual, transcende a luta, não consigo me afastar, embora não esteja treinando, acredito em energias, santos e orixás. E no meu entendimento eles, meus guias e protetores, festejam quando jogo capoeira. Axé , Feliz 2014.
Álisson Lopes
Grande Alisson, vejo que você compactua com essa forma de graduação que há muito tem sua energia circulando, no universo da nossa Capoeira! Axé, Tabosa
Excluir"Acho que o Mestre Hélio Tabosa, está fazendo um ótimo trabalho, recuperando muitas informações importante e as divulgando entre os capoeiristas... Yêh, Viva Meu Mestre, camará!!!!" Skisyto
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ExcluirMEU CAMARADA E ALUNO M.SKISYTO, AGRADEÇO SEMPRE A SUA CONTRIBUIÇÃO E APREÇO. ABRAÇOS, TABOSA
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