quinta-feira, 23 de julho de 2015

A Capoeira na Escola 3 - Mestre Tabosa fará a abertura do evento

A Capoeira na Escola 3:
Integração entre o Saber Popular e Acadêmico na Educação Básica

Clique na imagem para acessar o projeto. A página 7 corresponde à capoeira!



Integração entre o saber popular e acadêmico na Educação Básica. O curso oferecido pela Secretaria de Educação do DF contará com a participação dos Mestres Hélio Tabosa, Adilson, Zulu Ideário, Paulão José Paulo dos Santos, Dionízio da Silva, Fred Guaraná Frederico Campos de Faria, Polêmio João Couto Teixeira, Luiz Renato Vieira, Pau-Pereira, Chocolate Eduardo dos Santos e Brucutu; Sobcontramestre Luizão Almeida; Professores Elizabete Cintra Betinha, Angela Amoras e Tiago Baldez, Treinel Dênis Rodrigues da Silva e Thiago Perpétuo do IPHAN/DF como oficineiros/palestrantes.

Dia 20 de agosto Mestre Tabosa vai dar aula no evento!

Informações detalhadas no site HTTP://www.eape.se.df.gov.br/

terça-feira, 21 de julho de 2015

Mestre Tabosa em mais um encontro do "Papoeira"

Mestre Tabosa em mais um encontro do "Papoeira", desta vez na casa do Mestre Canela em Sobradinho.

O "Papoeira" é um encontro social de capoeira para trocar ideias e fortalecer a amizade. Foi idealizado pelo Mestre Pompo e vem sendo realizado todo mês.






O "papoeira" está abrindo para mais mestres participarem. Como tudo que é novo, está passando por um processo de amadurecimento, onde aos poucos vamos colocando a forma mais adequada, donde grandes decisões poderão sair em prol da capoeira de Brasília. Neste último encontro, já percebi um encaminhamento dos problemas da capoeira que nos aflige e quem sabe, um resultado positivo vai sair daí. Claro que toda comemoração, tem que ser brindada e aqueles que podem beber que brindem, para que o sucesso tenha ressonância com o Universo. "Tin tin!". Axé! Tabosa


sábado, 18 de julho de 2015

SISTEMA DE GRADUAÇÃO DE CAPOEIRA DA ACADEMIA TABOSA – 1974


         A quem interessar possa...

“Oi, estava lá em casa, sem pensar sem imaginar,
Quando ouvi bater na porta, Salomão mandou chamar,
Para ajudar a vencer, uma disputa liberal.
Eu que nunca fui de luta, tive que por arma na mão, camará!
Iê, é hora, é hora!”

Pois é hora de escrever e de rebater histórias e causos da capoeira de Brasília.

Com o passar do tempo, fica uma lacuna, deixada por mim, quando achava, como diz a “chula”, acima: “estava lá em casa, sem pensar, sem imaginar”.

Imaginar que tenha agora que desfazer afirmações, de pessoas que tenham se apoderado de ideias criadas por mim, quando tinha a necessidade de administrar minha academia de capoeira, que era a pioneira em Brasília, no início da década de 70...

“Enquanto a segurança é silenciosa, a insegurança faz muito barulho”!

No meu livro “O Filho de Xangô”, eu cito “O Poder do Mito” de Joseph Campbell que diz: “quando a história está em sua mente, você percebe a relevância para com aquilo que esteja acontecendo em sua vida”.

Em 1974, junto com meu sócio, Robson Machado, formalizamos a primeira academia de capoeira em Brasília. É necessário voltarmos no tempo, para entendermos o momento e as dificuldades que tínhamos, quando na verdade, naquela época, não existia nenhuma referência de como era uma academia de capoeira!

Havia em Salvador-BA, a academia do mestre Bimba e do mestre Pastinha, que conseguiram levar a capoeira para dentro de uma sala, quando sabemos que ela era praticada na rua! Coisa inédita, também para aquele tempo!

Salvador ficava muito distante de nós brasilienses, bem como de outros Estados, pois o sistema de locomoção da época era mais difícil do que hoje!

Avião, nem pensar! Ônibus demorava demais e as estradas, indevidas!

Tive, então, que “criar” sistemas e comportamentos para organizar e poder ministrar a capoeira em nossa cidade. Era um novo desafio!

Para exemplificar: tive que criar de imediato um rito, uma forma comportamental, que não existia na capoeira, onde o aluno tivesse a noção do início e fim de uma aula! Noção, também, de disciplina e respeito.

Como diz a máxima: “nada se cria, tudo se copia”. Eu, com experiência do Judô, que também praticava, observava com interesse a forma ritualística e de disciplina da modalidade. E também por ter ao meu lado uma academia de Karatê, dos professores Testa, Childerico e Botelho, em que, no seu ritual, o mestre que eles chamam de “sensei”, se postava a frente da turma e lhes dizia a palavra “oss” e curvava o corpo ligeiramente a frente e os alunos repetiam tanto a palavra como o gesto!

Coloquei então os alunos à minha frente, todos numa posição tradicional na capoeira que chamamos de cocorinha, e coloquei a palavra “Salve”, muito usada no meio da religião afro, e acrescentei o gesto do bater no peito esquerdo com a mão direita fechada. E em seguida fazíamos uma queda de rins, movimento característico da saída de um jogo de capoeira, ao pé do berimbau!

Dito isto, antes que o aventureiro se apodere também dessa autoria, trago agora a razão deste manifesto, digo que, pretendo manter o respeito ao Ser, ao indivíduo, que como dizia meu terapeuta, Roberto Crema: “a pessoa quando mente, mente por alguma razão e necessidade. Muitas das vezes, para proteger sua insegurança! Cabe a ela, tentar descobrir o porquê, para conseguir quem sabe, vencer mais esse portal do seu perfil psicológico, para sua evolução”.

Portanto, por ora, vou me ater ao mérito do assunto em questão, relativo ao sistema de graduação que fiz para a academia Tabosa, e que foi usada por muitos anos. Em respeito aos outros grupos que a adotaram, sinto-me cobrado a relatar e trazer a verdade dos fatos!

Mestre Pombo de Ouro, sempre repete para quem quer ouvir e perceber: “Quem sabe da estrada é o viajante!”

Logo que abri a academia Tabosa, em 1974, não tínhamos nenhum sistema de graduação na capoeira, a não ser, de forma longínqua, da graduação dos lenços do mestre Bimba, da capoeira Regional, que era usado somente na academia dele!

Meus alunos cobravam uma graduação para a capoeira, para sentir, como em outras modalidades de luta, a sua ascensão no aprendizado!

É necessário lembrar, para melhor entender toda essa história, que participei no Rio de Janeiro, junto com mestre Cláudio Danadinho, de uma competição de capoeira chamada de “Berimbau de Ouro” em 1967, 68 e 69. Nessa época, em que todos éramos jovens, buscando inovação para a capoeira, em que o mundo passava por um período áureo em todos os setores!

Aqui no Brasil, na música, foi criada a Bossa Nova; no teatro e poesia, tínhamos Vinicius de Moraes e outros, e a criação da Capital da República, Brasília.

Alguém do grupo Senzala achou por bem colocarmos a corda “Vermelha” na cintura, para nossa apresentação no evento, que além de segurar o abadá, era uma forma também de chamar a atenção dos jurados!

Cláudio, eu, depois Fritz e Adilson, participamos junto com a Senzala desse evento, estreitando a distância de Brasília com o Rio de Janeiro, sendo a capoeira o elo desta amizade.

Dos três anos consecutivos que nos consagramos campeões, a corda “Vermelha” era apenas um símbolo para nós que a usávamos, sem contudo ter uma conotação de graduação!

Após o “Berimbau de Ouro”, quando já estávamos ministrando aulas de capoeira, cada um no seu Estado, chegamos ao entendimento, que poderíamos usar a corda “Vermelha”, agora com a conotação de uma graduação, de professor, para aqueles que participaram do “Berimbau de Ouro”!

Interessante, que neste momento nós tínhamos a corda de valoração maior, a de professor, faltava então, criar o sistema como um todo!

No mesmo momento em que esse desafio surgia no Rio, eu, como disse, era cobrado também pelos alunos, aqui em Brasília! Chamo isso de inconsciente coletivo reinante naquele período!

Mestre Peixinho com Mestre Itamar, fizeram uma sociedade numa academia que ficou famosa da Senzala, na travessa Angrense, Copacabana, em 1974, mesmo ano que eu e Robson fazíamos a nossa sociedade com a academia Tabosa, Asa Sul, Brasília.

Fui ao Peixinho, meu camarada e lhe perguntei como ficou o sistema de graduação dele e o porquê daquela sequência, que achava muito parecido com a sequência das faixas do Judô!

Ele de forma rápida, que era sua característica de falar, respondeu: “Não sei, tá aí! Os alunos não queriam?

Perguntei-lhe: “E se em um determinado momento os alunos quiserem saber do porquê, da sequência, o que faria?” Ele, de pronto, respondeu: “Eu invento!”, e soltou aquela gargalhada cativante.

Eu, acreditei, como o Peixinho, carioca não legítimo – pois ele era capixaba, mas o tipo era todo carioca – com fala rápida, ninguém realmente iria cobrar uma explicação mais minuciosa, como acho que até hoje não fizeram!  Mas fiquei, então, sem o chão, uma vez que já tinha prometido aos meus alunos que teríamos uma graduação!

Vejam como eram nossos desafios, duma época em que éramos os pioneiros e quantas lanças tínhamos que quebrar!

Foi quando, um pouco absorto, pensando como faria para levar para Brasília uma graduação, percebi que estava parado na Barata Ribeiro, em frente a uma casa que vendia produtos religiosos de Umbanda, com uns colares coloridos, que chamaram minha atenção!

Entrei e perguntei que colares eram aqueles. Uns tinham contas com cores verdes, outro em vermelho, azul e mais!

Neste momento me deparei com esse universo da religião africana! Ali estavam as “guias dos Orixás”, com suas cores, que os identificavam!

Perguntei, então, se não existia uma guia que contemplasse todas as cores daqueles Orixás.

Fui então apresentado à “guia” que rege a Umbanda com seus Sete Orixás!

“Naquele momento, senti que o acaso estava me ajudando”!

Perguntei como ter maiores informações a respeito os Orixás e adquiri ali mesmo, o livro, “O Exército Branco de Oxalá“. Pronto, senti que podia dizer aos meus alunos, que já tínhamos uma graduação para a capoeira!

Interessante que quando você é o verdadeiro viajante de uma estrada, você se depara inevitavelmente, com o processo da criação!

Como achei que deveria respeitar a força do acaso, mantive a sequência de cores, da forma que estava na guia, ou seja: Azul, Marrom, Verde, Amarelo, Roxo, Vermelho e Branco.

Achei de imediato interessante, que a cor Vermelha na guia, estava bem posicionada, de forma que podia continuar usando a Vermelha, que já estava consagrada entre nós, daquele que ensina e que está num momento muito ativo da sua vida, até mesmo profissional, muito bem representada pelo orixá, “Ogun Guerreiro”!

O próprio “Branco”, vindo em seguida do Vermelho, na guia, também estava muito bem colocado, pois representa na umbanda o orixá “Oxalá”, o Pai, o mais velho, onde fiz referência ao mestre de capoeira mais antigo, que naquele momento estava longe de uma discussão e de querer almejar, como até hoje não sou!

Quanto as outras cores da guia, eu só tinha desde o início, uma queixa em relação a segunda graduação, ou cor, que era a “Marrom”, que na Umbanda representa outro orixá guerreiro, “Xangô”, da justiça! Além de eu ser filho de Xangô, achava que ao se encontrar logo na segunda graduação, não era devido! Mas mantive, como disse, a sequência das cores e cada estágio com a luz própria, do Orixá correspondente na graduação e seus arquétipos!

Claro que no início deu tudo certo, pois se fizéssemos um exame de corda por ano, tínhamos muitos anos pela frente, com a academia no seu início e os alunos ainda novos! Mas vieram, então, as dificuldades. E hoje isso demonstra que todo o processo da criação e como adequar e vencer sempre os desafios!

“Ser forte, é passar por tudo na vida, sem desistir jamais”!

Seis anos passam muito rápido, pois a sétima corda a “Branca”, eu sabia desde o início desta graduação, estava reservada a um contexto todo especial! Porém, ingressaram na academia, as crianças e como seria possível em seis anos uma criança que começara com 8 anos de idade, quando alcançasse os 14, seria “corda Vermelha”?

Foi quando intercalei com a cor do maior dos Orixás, o branco de “Oxalá”, com cada estágio da graduação, antes de passar para uma cor definida, ou seja: para passar do Azul para o Marrom, tinha um estágio com a cor Azul entrelaçado com o Branco e depois, passava pro Marrom e assim por diante! Ganhei mais tempo, e como diz mestre Pombo de Ouro: “o grande mestre é o tempo”, e usei também nos adultos essa forma de entrelaçar com o Branco. Isso me ajudou bastante, pois assim podia contemplar com merecimento, o esforço desprendido pelo aluno naquele período.

Por 18 anos usei na minha academia, esse sistema de graduação que criei, baseado na guia dos Sete Orixás que rege a Umbanda. Fiz isso para homenagear nossos ancestrais da capoeira, quando aqui foram escravizados.

Tenho um conhecimento que uma pessoa para estar forte e em equilíbrio, precisa de pelo menos um dos três pilares que o sustenta psicologicamente: A Religião, que no caso era a crença nos seus Orixás; o Trabalho, que eles não tinham, pois estavam escravizados e a Família, que também não tinham, pois tinham sidos arrancados do seu meio familiar! Restava então para eles a Religião. Por isso, fiz minha reverência e homenagem, ao criar esse sistema de graduação de capoeira para a academia Tabosa, em 1974.

Tive a sorte de usar a Umbanda, pois ela sintetiza aqui no Brasil, a religião afro, de forma definida, o que não acontece no Candomblé, onde cada nação na África, pode ter cores diferentes, para identificar um Orixá!

Insurjo neste momento a trazer depois de tanto tempo esse assunto, primeiro pelo respeito daqueles que vieram a usar esse sistema de graduação e me sinto cobrado, de mostrar a verdade dos fatos!

Apenas respeitei, com meu silêncio, a falha de conduta de quem se apoderou de um trabalho sem citar a fonte, mesmo se o fez de forma similar, pois eu criei esse sistema em 1974 e o que apareceu depois, se não citou, está indevido e caracteriza má-fé!

Como disse um mestre amigo e camarada da capoeira: “não dá para entender como alguém, primeiro cria a justificação para depois adaptar a criação”!

         Estou à disposição de quem quiser discutir esse assunto ou que queira se aprofundar mais na história dos fatos.

Brasília, 18 de julho de 2015.

HÉLIO TABOSA DE MORAES – MESTRE TABOSA


KAWÓ-KABYESILÉ






Depoimentos sobre o Sistema de Graduação de Capoeira da Academia Tabosa

 Caro Mestre Tabosa,

 Já faz tempo, eu sei...

 O ano era 1979 e eu acabara de ingressar em sua academia. Minha mãe falecera há pouco tempo, e eu, no auge dos meus 17 anos, vivia aquela fase mística que quase todo jovem passa. Buscava respostas e explicações que até hoje não obtive.

Naquele momento conheci a capoeira e sua força misteriosa, em um conjunto de códigos, simbolismos e conhecimentos ancestrais.

Um dos simbolismos mais importante para todos nós da academia, era o sistema de graduação, baseado nos orixás da Umbanda, em uma homenagem prestada pelo senhor à força religiosa dos escravos que chegaram ao Brasil e aqui criaram a capoeira.

Tive então como referência todos aqueles antigos capoeiristas da academia que já a utilizavam e que possuíam muito mais estrada e bagagem do que eu, um simples iniciante. Mas creio que foi esta força mágica que me deu poder também, de ano após ano trilhar caminhos sinuosos que me trouxeram até aqui, guiado pelas mãos seguras do senhor e pela força dos orixás que tão bem soube homenagear através deste sistema de graduação.

Abraços cordiais,
Mestre Fred Guaraná

BSB, 27 de julho de 2015

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Um dos mais antigos Sistemas de Graduação criado para capoeira pelo Mestre Tabosa e utilizado pelo "Grupo União na Capoeira".

Mestre Huguinho



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Clique na imagem para ler a matéria!

Com o intuito de corroborar com o esclarecimento dado pelo Mestre Tabosa sobre a questão do sistema de graduação criado e adotado por ele em sua academia, encaminho matéria do jornal Correio Braziliense, publicada em 1977, em que são tecidas considerações sobre o Campeonato Brasileiro de Capoeira de 1977, organizado pela Federação Brasileira de Pugilismo, e mencionado um batizado que estaria por se realizar, em que são citados os nomes dos atletas e as graduações que receberiam. A notícia evidencia a utilização pelo mestre do referido sistema de graduação, fato que atesto por ter, desde 1974 (ainda na UnB), treinado com mestre Tabosa e ter testemunhado a utilização desse sistema desde o seu início.

Abraços,
Mestre Monera

BSB, 04 de agosto de 2015



Gostaríamos de disponibilizar o link que vem ratificar as informações tratadas no texto acima:



História do Grupo Senzala, onde é citado o seguinte trecho em  francês:

"On ne doit pas oublier un capoeiriste venu de Brasilia pour participer du Berimbau d’Or et qui passa à utiliser la corde rouge, Hélio Tabosa qui, plus tard, amena Fritz et Adilson, eux-mêmes portant la corde rouge pendant les entraînements"

Tradução do trecho mais detalhado:  

"Em 1967, tornou-se conhecido pela vitória no torneio denominado Berimbau de Ouro, quando se apresentou com seus capoeiristas vestindo calças listradas e corda vermelha na cintura, descalços e sem camisas. Cada grupo ou associação fazia uma apresentação de capoeira do grupo e de uma dupla que deveria jogar por cinco minutos. O feito repetiu-se em 1968 e 1969, levando o nome da Senzala em todas as rodas e terreiros de capoeira do Brasil. Em 1967 e 1968, a dupla que representou o grupo foi o Preguiça e o Gato. Em 1969, os organizadores não permitiram a participação daquela dupla sob o argumento que poderia ser considerada de mestres, de forma que outra dupla representou o grupo, o Mosquito e o Borracha, que também levaram ao reconhecimento do Grupo Senzala como o melhor daquele festival. Os principais cordas-vermelhas, considerados por eles mesmos como membros do grupo, apenas capoeiristas, sem conotação de mestres, eram Rafael, Paulo, Gato, Preguiça, Gil Velho, Claudio Danadinho, Peixinho, Itamar, Borracha, Mosquito, Otávio e Maranhão no berimbau e grande cantador, além dos meninos Garrincha e Sorriso, que vieram a usar a corda vermelha posteriormente. Não se pode esquecer também um capoeirista que veio de Brasília para participar com o grupo do Berimbau de Ouro e que passou a usar a corda-vermelha, o Hélio Tabosa, que mais tarde trouxe o Fritz e o Adilson, que também adotaram a corda-vermelha em suas calças de treinamento."

versão em português completa:

 https://pneusenzala.wordpress.com/page/2/

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Encontramos a publicação de um livro sobre a capoeira que vem fortalecer o assunto tratado:

The Little Capoeira Book:  Ver página 161!


https://books.google.com.br/books?id=6cbAHNJ_VU4C&pg=PA161&lpg=PA161&dq=mestre+macaco+de+minas+gerais+capoeira&source=bl&ots=OA8FeIgUD-&sig=ZUAAU5NYnJtwyyV7ROFeGYVjF7w&hl=pt-BR&sa=X&ved=0CE8Q6AEwC2oVChMIivqfh9ykxwIVxRaQCh0HZAif#v=onepage&q=mestre%20macaco%20de%20minas%20gerais%20capoeira&f=false

(...) The meeting took place over a week with sixty-four players (including teachers anda mestres) coming form eight different states: Bahia (led by Mestre Itapoã), São Paulo (with the well-known Mestres Suassuna from Itabuna anda Gato Preto from Salvador, both cities in Bahia), Brasília (Mestre Tabosa’s group, Minas Gerais (Mestre Cacaco’s “Ginga”grou from Belo Horizonte), Espírito Santo (led By Cpixaba, onde of Camisa’s pupils, anda Luis Paulo, a pupuls of Peixinho, all from Senzala), Pernambuco (Mestre Ulatino’s – originallu from Senzala – “Malês group), Ceará (led bu Canario and Paulão…(...)

Tradução do trecho mais detalhado:  



(...) A reunião realizou-se mais de uma semana, com sessenta e quatro jogadores (incluindo professores e mestres), vindo a formar oito diferentes Estados: Bahia (liderada pelo Mestre Itapoã), São Paulo (com o conhecido Mestres Suassuna de Itabuna e mestre Gato Preto de Salvador, ambos das cidades na Bahia), Brasília (grupo de Mestre Tabosa), Minas Gerais (grupo  "Ginga" de Mestre Macaco de Belo Horizonte), Espírito Santo (conduzida por Capixaba, onde alunos de mestre Camisa e um Luis Paulo, um aluno de mestre Peixinho, todos da Senzala)...(...)

Clique nos links abaixo para ler outras publicações escritas pelo
Mestres Tabosa sobre o Sistema de Graduação, inserindo documentos na sequencia dos fatos e a Live do Mestre Mula entrevistando o Mestre Tabosa sobre a sua Graduação:

 A quem interessar possa: 

História do Mestre Tabosa incluindo a do Sistema de Graduação:

Palestra ministrada pelo Mestre Tabosa para o Grupo União sobre o Sistema de Graduação da Academia Tabosa:

Confira a sequencia dos fatos abaixo!

Reportagem para o Jornal de Brasília confirmando sobre o Sistema de Graduação da Academia Tabosa. Entrevista com Mestre Zulu em 1979.


(*) Reportagem realizada no dia 15 de ABRIL de 1979


Carta solicitando análise do Mestre Itapoan para a graduação da fase social do negro
 SEM APROVAÇÃO

(*) Solicitação dia 06 de NOVEMBRO de 1979




Solicitação de apoio do Mestre Tabosa para a criação do evento a IV Grande Roda, a ser presidido pelo Mestre Carlos Senna visando a regulamentação da capoeira.

(*) O evento foi realizado nos dias 13 e 14 
de DEZEMBRO de 1979





(*) Publicação da Revista DÔ/ KUNG FU No. 7 - ABRIL de 1980


Somente duas ideias foram aprovadas por unanimidade e usadas até hoje


2) A ideia do uniforme que seria chamado "Abadá" (sinônimo de traje).  



Ressaltando a sequencia do "Salve!" conforme Mestre Tabosa criou

 
Revista DÔ Completa abaixo!





domingo, 5 de julho de 2015

Mestre Tabosa vai abrir os Jogos Escolares 2015

Mestre Tabosa vai fazer a abertura dos Jogos Escolares, evento que foi coordenado há 20 anos atrás. Em 1986, Mestre Tabosa criou o novo regulamento dos Jogos Escolares Brasileiros. Todos os detalhes sobres a história dos JEB's estão no livro "O Filho de Xangô" de Mestre Tabosa - Hélio Tabosa de Moraes




O Festival de Capoeira Escolar 2015, evento que faz parte dos Jogos Escolares da Secretaria de Educação do Distrito Federal, será novamente realizado em um modelo que priorize o aspecto cooperativo e inclusivo em detrimento da competição, permitindo assim, a aproximação dos professores/mestres de diferentes grupos/escolas e estilos de capoeira (Angola, Regional e Contemporânea), além de valorizar o potencial educativo inerente na capoeira.


Isso porque o modelo de festival se tornará mais atrativo pedagogicamente, possibilitando a interação de estudantes de todas as etapas/modalidades atendidas nas Unidades Escolares do DF (Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio, Educação de Jovens e Adultos, Educação Integral e Especial), ou seja, interação/inclusão de alunos com deficiência, Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD) e altas habilidades com os demais estudantes da rede pública e particular do DF.

Durante a realização do evento teremos apresentações culturais, aulas de Mestres da Velha Guarda, alimentação, ambulância, transporte, certificação e medalhas para todos os estudantes participantes do Festival de Capoeira Escolar 2015.

O evento será realizado dia 19 de Setembro - Sábado às 09h00, no ginásio do Centro Integrado de Educação Física - CIEF, localizado na 907/908 sul.

A data limite para a entrega do termo de adesão e da ficha de inscrição dos estudantes participantes do festival será dia 11 de Setembro, devendo os documentos serem entregues na Secretaria dos Jogos Escolares, localizada no CIEF.


quarta-feira, 1 de julho de 2015

Crítica de Mestre Squisito sobre o livro de Mestre Umói

Mestre Squisito escreveu uma belíssima crítica sobre o livro de Mestre Umói intitulado "Capoeiragens - Provocando a Discussão". Imperdível!!!




 O livro de Umói
By Squisito

No meio de centena de milhares de carros que disputam um espaço no meio da tarde de nossa Capital Federal, a Brasília de nossas vidas comuns, de nosso começo, no início da estrada em que ele também viveu e representa no seu livro.

Os carros loucos buscam uma passagem, uma brecha por onde se jogar, por onde encaminhar sua vida, seus anseios e sua cavalgada, no trote dos minutos rápidos que passam sob a neblina desses passos que damos sem notar...

Ali exatamente eu começo a me lembrar do livro Capoeira, provocando a Discussão, que  meu amigo/irmão Mestre Umói,  de Souza, lançado recentemente na calma serrana de Sobradinho, quase no anonimato da vida oficial do planalto central do Brasil e que eu já tive o privilégio até mesmo de ler a versão pré formatada, antes de sair da gráfica e agora recebo o exemplar que me foi destinado por seus discípulos, dias após a sua impressão, já que ele se encontra na sua nova terra, nas proximidades de Dusseldorf, na Alemanha.

Nesse burburinho eu me lembro da importante verdade que podemos encontrar na capoeira e que Umói retrata no seu livro, de que nós somos embevecidos de uma calma privilegiada...  os capoeiristas são pessoas que conseguem ser tranqüilos, embora vivendo no meio de uma série de competições estereotipadas das cidades, da vida comum das pessoas,  onde se disputam coisas estranhas, escrotas, feias e sem brilho, transformando o ser humano num arquétipo de coisa nenhuma que povoa os lugares-comuns.

Essa calma nos permite sair pela vida de uma maneira própria, colecionando pérolas que a estrada oferece para quem está com tempo para tal, para quem se presta e se empresta a essa jornada sem volta da vida, essa coleção de momentos eternizados na memória poética que habita os capoeiras, são rodas, são canções, são amigos, são momentos, são viagens, são pétalas de energia que são recolhidas com a calma dos caçadores de vida, num planeta já quase sem...

Nessa estrada que vai para um lugar incerto, ele não quer chegar em lugar nenhum, ele é qualquer um, é um de nós, é um Capoeira, seu caminho não tem fronteira, nem balela, tem o espírito que anda, como meu personagem favorito da infância O Fantasma, da revista em quadrinho que lia e relia mil vezes. Pelo caminho, na calma ele vai entoando os seus versos de poeta e de capoeira, com seu berimbau, em cada página, recheadas de alegrias e de tristezas, de beleza, de vidas que preencheram a sua vida. Umói respira o que o vento lhe traz em cada passo, celebrações e momentos cruéis são apenas paisagens de um guerreiro que sai vadiando pela vida, e rir ou chorar é parte da história, não há tempo para pausar a caminhada. O berimbau recomeça a próxima roda e a vida continua consumada em mais uma ladainha.

Ele partilha sua história de modo generoso e grato por tudo. Ele é um irmão de todos. É um de nós, como disse. De nosso mundo, valoriza as suas origens, sua história, sua cidade, seus amigos, seu povo, sua terra e seu bairro. É um exemplo da mais pura expressão de amor por tudo que se tem desse mundo e que brota no coração de quem ama o que faz.

Egoísmo meu me sentir na história dele, na história da capoeira de Sobradinho, mas enquanto ele estava dando seus primeiros passos na Arte da Capoeira, eu também o fazia, somos contemporâneos do mesmo ano de 1974. Ele em Sobrado e eu no Plano Piloto, além de minhas próprias questões de órfão de mãe e pai, chegado a pouco do Rio de Janeiro onde aprendi bastante coisa, quando sai do interior de Minas e de lá pra Capital Federal, enfrentava o estranho vazio de povo, do que a vida de Umói era plena. Muito mais tarde eu descobri, quando fui para Fortaleza-CE, que a capoeira vem do povo, é dele, e não existe história verdadeira que não passe pelas aventuras e desventuras de um cidadão comum que virou capoeira.

No Plano as coisas ainda eram mornas para mim, só haviam as aulas e os eventos, não tinha a convivência de perto, do dia-dia com os camaradas da Academia. Local sagrado de conviver com bambas, mas ao sair porta afora a vida era outra, de trabalhador aprendiz da vida, as vezes a noite, mas sempre conciliando os deveres e a Academia Tabosa, a maior da cidade. Algum tempo depois, passados muitos anos, conheci Umói, já corda vermelha, por isso fui muitas vezes nos treinos no Bumba, nas rodas de sábado ou domingo. O lugar próximo a uma mata fechada era um convite para ir beber daquele axé maravilhoso, onde todos riam e brincavam de forma harmônica... Era maravilhoso ir lá, na Roda do União, rever e curtir pessoas como o Jeová, o Mariô, figura ímpar, única, eternamente ele só, na história de qualquer pessoa que o conheça.

A vida seguia em frente. Exatamente como conta o Mestre Umói. Os movimentos na Capital Federal eram cada vez mais intensos e os novos tempos acabaram por unir mais e mais a galera da periferia – no caso do DF, as cidades-satélites – aos capoeiras do Plano, forma resumida com que se entendia o Centro da Capital da República.

Umói foi generoso também nisso. Compartilhou sua História com os daqui do Plano e de outras cidades-satélites, como ele frisa quando destaca sua admiração por capoeiristas que conviveu nos seus anos de aprendizado e de caminhada pelas estradas da Capoeira.

Depois dessa fase tão rica e envolvente, ele entra na difícil seara das verdades e inverdades, conversas fiadas, conversas sérias, parâmetros de autonomia dos grupos, esse modismo estranho que tenta pasteurizar a capoeira...

Umói debate e se debate com a falta de personalidade que assola os grupos de capoeira.

Ele desconfia de determinados modismos e das idéias que tenta definir os rumos da capoeira de acordo com os estereótipos e as verdades universais que as vezes se encontram nas práticas da capoeira.

Umói demonstra sua indignação sem meias palavras. Tem sua tranquilidade em afirmar o que discorda e o que vê de deformação na capoeira. Tem a capacidade de transcrever com clareza sua percepção das questões da arte.

É um Mestre de Capoeira. Tem todo o direito de se manifestar.

Tem trabalho. Tem estrada. Tem credibilidade. Tem carisma. Tem as palavras que lhe saem mais do coração do que da mente! 

Mestre Tabosa participou do evento do Grupo Gingado do Mestre Pablo

Mestre Tabosa participou do evento do Grupo Gingado do Mestre Pablo, que vem sendo realizado todos os anos no mês de junho. Neste último evento, o Grupo Gingado estava comemorando 30 anos de existência. Salve!


Mestre Tabosa no evento do Grupo Asa Branca do Mestre Kall

Mestre Tabosa participou do evento do Grupo Asa Branca do Mestre Kall realizado na Torre de TV que contou com a presença de outros grandes Mestres do Distrito Federal, tais como:

Mestre Adilson, Mestre André, Mestre Igor, Mestre Pequeno, Mestre Luciano, Mestre Paulão, Mestre Pakalolo, Mestre Berimbau, Mestre Canário, Mestre Gaguinho, Mestre Walmir, Mestre Canela, Mestre Jânio, Mestre Paulão e Mestre Huguinho.


Mestre Kall representa uma referência da Capoeira da Ceilândia e Taguatinga e vem realizando rodas de capoeira na torre de televisão de Brasília há muitos anos.