quinta-feira, 13 de maio de 2010

13/05 - Comemoração da Abolição da Escravatura



















A religião Africana, através dos seus Orixás, veio para ficar aqui nesta terra Brasil, onde encontrou todas as características que se assemelham com sua terra natal, a África.

O negro africano, com seu modo de ser, com sua ginga peculiar, o trejeito manso da fala, o jogo de cintura, o caminhar ritmado, contribuiu para formar aquilo que chamamos de negritude brasileira.

Herdamos dos negros escravos a forma de falar, a sonância da nossa música, o gosto diferente da nossa culinária e além de tudo isso, herdamos também a religião. E nesse contexto, entram em nossa cultura os orixás africanos, que de certa forma se abrasileiraram para conquistar nossa terra e o nosso povo.

O brasileiro teve essa empatia imediata com os costumes africanos e hoje temos um acervo cultural da mais alta importância e aceita com muita simpatia no seio social.

O estudo exato sobre os Orixás é de uma extrema diversidade e dessas inúmeras variações de coexistência entre os orixás, que depende da região e crença de cada nação, fica difícil estabelecer uma estrutura adequada. Podemos dizer, contudo, que a religião dos orixás está ligada à noção de família. A família numerosa, originária de um mesmo antepassado, que engloba os vivos e os mortos. O orixá seria, em princípio, um ancestral divinizado, que, em vida, estabelecera vínculos que lhe garantiam um controle sobre certas forças da natureza, como o trovão, o vento, as águas doces ou salgadas, ou então, lhe assegurando a possibilidade de exercer certas atividades como a caça, o trabalho com metais ou ainda, adquirindo o conhecimento das propriedades das plantas e de sua utilização.

Alguns orixás constituem o objeto de um culto que abrange quase todo o conjunto dos territórios iorubás, como, por exemplo, Obatalá, divindade da criação, o “deus supremo” Oxalá Ogun, deus dos ferreiros e de todos que trabalham com o ferro. Xangô senhor do trovão. Oxossi, das florestas. Oxum das águas doces. Iemanjá das águas salgadas e outros.





















(Trecho do livro "O Filho de Xangô" - Mestre Tabosa)
( Desenho: Rosamélia Moraes e Cabaça: Muriel Tabb)